terça-feira, 29 de abril de 2014


Quarta-feira, 04 de Julho de 2012

 O dia amanheceu confuso; quebrei o despertador. Uma voz dizia ‘decide agora, decide agora, decide agora’. Era sonho.
 Levantei atormentada, dando-me conta do que se passava. Dia de semana, horário de aula. Eu de pijama, olhando para o relógio, examinando a consciência e, ah, agora foi!
 Só me perguntava até quando faria dessas. Ficar em casa, negar o mundo, adiar o tempo comum e viver o tempo para mim. Se bem me lembro, perdi uma prova nesse dia. E quanto importa? Tomei meu café no copo, engoli o pão com certa desvontade. Dois livros me chamavam na cabeceira da cama.
 Inundei o pensamento com palavras contrárias, permiti-me entrar no mundo inventado de outro alguém. Que poderes absurdos têm os livros! Deliciava-me a sensação de liberdade ao fazer minhas escolhas erradas e viajar dentro de meu próprio quarto.
 Mas a realidade é insistente. Vinha-me à mente a imagem de meus pais decepcionados, lá longe. Encarava o relógio e pensava ‘já foi’. Quantos já foram? Isso trazia à tona as boas almas que um dia me fizeram feliz. Quanta vida houve lá atrás. Ecoavam então as palavras de uma professora ‘quem não vive, não tem história para contar’.
 E o que é vida? Parava. Bem sabia que uma vez abrindo caminho a esses pensamentos, tudo estaria perdido, de novo.

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