quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Meus quereres

 Branco. Nem sempre representa a paz. Esta página por exemplo, não é nada apassivadora. Ela assusta, ela intimida. Mas eu já aprendi a não ter medo dela, aprendi a enfrentá-la, como tento enfrentar todos os meus medos. Medo, que palavra feia. Limite, outra palavra feia – e essa, eu aprendi com a pessoa que eu mais admirei no ano de 2010, a pessoa que eu acompanhei saindo de uma cidade pequena e indo brilhar nos palcos de uma das maiores escolas de dança do mundo, que mesmo estando quase no topo sempre foi humilde e ora, até me deu atenção! – Mas eu não vim falar disso hoje. Na verdade, eu não vim com nenhum propósito a não ser o de simplesmente escrever.
 Quero escrever sobre como as minhas emoções estão instáveis, sobre como venho tendo vontade de fazer apenas o que eu quiser e quando eu quiser, recusando convites para sair com os amigos e namorado pelo fato de querer estar sozinha, me pensar, me sentir, até me conversar. E digo a qualquer um que isso causa um certo peso na consciência, mas só do lado que ficou leve praticamente o ano inteiro. Agora, é o outro lado que estou precisando aliviar.
 Também quero escrever sobre como 2010 foi bom para mim, da quantidade de realizações tanto profissionais como sentimentais. Dos meses intensos de ensaios pesados, dos festivais onde eu quebrei a cara e quase literalmente, dos cursos e das pessoas maravilhosas que eu conheci, das premiações, das amizades verdadeiras, dos altos e baixos na família, na completa transformação do meu eu... Gostaria de gritar ao mundo toda a minha felicidade e satisfação, gostaria de chegar para cada amigo e colega e dizer EU TE AMO, de mostrar a língua para cada mal agradecido que ousou abrir a boca só pelo prazer de baixar minha auto-estima e no fim, subir no palco do Teatro Bolshoi na Rússia, dançar perfeitamente o pas de deux do Lago dos Cisnes e terminar o espetáculo com a Morte do Cisne, com direito a reverência ao público do mundo todo ao lado do Baryshnikov, Cecília Kerche e Kauane Linassi Leite!
 Não posso me esquecer de escrever também o que eu venho pensando em escrever há algum tempo: Eu quero, de coração, que 2011 seja o melhor ano da minha vida. Que eu estude como nunca estudei e minhas notas estejam sempre entre noventa e cem. Que eu jamais perca a minha essência e saiba valorizar todos os meus amigos. Que eu dance,







que eu dance? Que eu dance como? Não consigo encontrar uma palavra que defina o jeito que eu quero dançar. Mas sei que quero me superar, ser a melhor. Não, não precisa ser a melhor de todos, mas o melhor de mim. Quero gravar um vídeo com uma aula perfeita de clássico, enviar para Joinville, passar na primeira etapa do teste, dançar perfeitamente na segunda, e espero mesmo chegar a terceira, para falar na entrevista com toda a sinceridade do mundo que a dança é a minha vida e que eu se eu conseguir a vaga 2012, vou fazer por merecer! Depois? Depois eu quero realmente me dedicar todos os dias para ser uma pessoa feliz e humilde, que tenha muita fé e esperança, muita saúde e amor também. Quero no mínimo uma lágrima por dia de saudade dos meus pais e de quem ficou, pra provar a mim mesma que eu não vivo sem eles, mas que perto ou longe eles sempre estarão comigo. O que mais eu quero? Eu quero não querer tanto. Eu quero me satisfazer com tudo o que eu tenho e conquistei. Um último querer? Quero tudo de bom em 2011 para todos, cheio de luz e alegria! E para você, em especial, que está lendo o meu texto: aproveite cada momento da vida, e quando o medo vier, jogue ele pra escanteio – afinal, ele é feio mesmo.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Uma introdução para as palavras conturbadas e contraditórias que estão por vir

 Há algum tempo venho me interessando nesse mundo de blogs, principalmente os sobre dança, vida pessoal e bem escritos. É, gosto do português correto, do bom gosto, da arte. Aliás, amo a arte. Mas não foi só isso que me levou a criar um blog. 
 Posso me descrever como uma pessoa tímida (estou superando esse quesito), quieta, observadora, otimista, realista, alegre, que ama música, que ama de paixão dançar, que ama de paixão fotografar... E bom, só um pequeno resumo pra quem ler esse monte de besteiras que provavelmente eu vá postar por aqui, já que não gosto de me definir ( "quem se define, se limita"). Mas ainda não é isso que me trouxe até aqui. Ou talvez seja.
 Sou bem cara de pau, o que eu acho que tem de ser dito, eu digo mesmo. Embora nem sempre eu fale tudo. Certas coisas nós guardamos para nós mesmos, coisas essas que chega um momento onde você sente a necessidade de contar as pessoas, mas não pessoalmente. E isso te leva a escrever. Pelo menos comigo foi assim.
 É isso, vou procurar atualizar sempre que puder. E espero que com as minhas palavras, talvez inúteis para alguns, consiga deixar um pouquinho desse meu mundo conturbado e contraditório para outros (: