terça-feira, 15 de maio de 2012

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 Embora ela fosse - substancialmente - humana, sua alma era de anjo; em volta dela havia uma aura de paz, pureza e amor que tocava as pessoas de longe, só pelo fato de estar ali.
 Ela falava em vida, mas ninguém entendia; ela falava em amor por decisão, julgavam-a louca; ela falava em respirar o prazer, aproveitar o momento, enxergar o que não se vê. Mas ela falava, e, ao falar, perdia a essência das coisas secretas.

terça-feira, 8 de maio de 2012


 É fácil olhar pro céu e sorrir, dizer ao mundo que é feliz e que essa felicidade depende inteiramente de você; é fácil enxergar as coisas bonitas e os sorrisos sinceros; é fácil estender a mão, fazer uma boa ação, cuidar do planeta. Falar e fazer é fácil, o difícil é sentir.
 Não se é feliz a todo instante, não se quer a todo momento, não se tem certeza uma vida inteira. A verdade é que a felicidade é um sentimento redondo: de dentro pra fora, de fora pro outro, do outro pra dentro; tem que haver reciprocidade.
 Ser feliz é sentir o outro em sua essência. É amar por amar, não por gostar. É precisar de um abraço, de um beijo na testa, de um olhar sonolento. A felicidade é como uma nuvem: precisa de ventos que a levem – e esses ventos somos nós.