sábado, 29 de outubro de 2011

Como as dobras do papel
feito marca, bem marcada.
Como escolhas sob um céu
feito chuva, feito pedra.
Por trás das cortinas vejo os olhares de um público ansioso. A adrenalina começa a correr pelo corpo, sinto um frio por dentro, o habitual aperto no peito - é o coração querendo falar. Sete, oito, chegou a hora. O foco da luz ilumina o meu corpo, feito passo, feito forma. O sentir, a entrega... dois segundos e as luzes se apagam, tornam a ligar e trazem com elas a salva de palmas. Alívio, dever comprido, alma leve. E um sorriso enorme, com o gosto salgado das lágrimas.
Perto dela sinto saudade,
vejo as lonjuras do que foi
e o que deixou de ser.
Quadrada, redonda, oval...
sempre que me lembro dela
imagino um apaixonado casal.
Julieta nela também sofreu,
com lágrimas nos olhos,
sempre na busca do seu Romeu.
Sobre ela sonhos larguei,
e em profundos pensamentos já mergulhei...
São as janelas do mundo real,
sob um olhar mais teatral.